INTENÇÃO DE VOTO PRESIDENCIAL
Sondagem Angopolls
Dezembro de 2021
A primeira sondagem realizada pela Angopolls na semana de 13 a 17 de Dezembro de 2021, após os Congressos partidários, relativa ao sentido de voto nas eleições gerais em Angola obteve os seguintes números ¹·².
VOTAÇÃO Dezembro 2021
¹Não contabilizando indecisos e abstenções. Ver abaixo.
²Seguir-se-ão sondagens mensais até Agosto de 2022, aumentando a amostra.
³Apenas considerando votos expressos, não incluindo abstenção.
FICHA TÉCNICA
Esta sondagem foi realizada pela Angopolls (angopolls.org) nos dias 13, 14 e 15 de Dezembro de 2021. O universo alvo foi composto pelos indivíduos com 18 ou mais anos residentes em Angola.
Foram seleccionadas aleatoriamente 6 províncias do país (Luanda, Benguela, Bengo, Huíla, Huambo, Malanje) tendo em conta a distribuição da população.
A sondagem foi feita telefonicamente. Foram obtidos 2550 inquéritos válidos, sendo que 25,49% dos inquiridos eram do sexo feminino.
A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 2550 inquiridos é de 3%, com um nível de confiança de 94%.
DISTRIBUIÇÃO DOS INQUÉRITOS POR PROVÍNCIA
VOTANTES PROVÍNCIA | |
Luanda | 920 |
Bié | 0 |
Moxico | 0 |
Namibe | 0 |
Bengo | 530 |
Lunda Norte | 0 |
Lunda Sul | 0 |
Cuanza Norte | 0 |
Cuanza Sul | 0 |
Benguela | 530 |
Huíla | 210 |
Zaire | 0 |
Malanje | 190 |
Uíge | 0 |
Cuando Cubango | 0 |
Cunene | 0 |
Cabinda | 0 |
Huambo | 170 |
TOTAL | 2550 |
PERCENTAGEM DE INDECISOS/NÃO SABEM
62,16%
ABSTENÇÃO
4,31%
ANÁLISE
A primeira verificação que se pode realizar nesta sondagem é a óbvia: se as eleições fossem hoje o MPLA venceria com maioria absoluta (55%) dos votos expressos. Contudo, face às últimas eleições gerais (2017) desceria de 61,05%, o que se explica pelos impactos conjuntos da crise económica e da pandemia Covid-19, que de modo geral tem trazido resultados negativos para os incumbentes. No entanto, a força política que governa Angola desde a independência ainda seria folgadamente vencedora.
Em segundo lugar, constata-se um reforço significativo da UNITA, os seus 45% sobem dos 26,72% atingidos em 2017. Não vencendo as eleições, esta força partidária aproxima-se do MPLA e assume uma bipolarização partidária em Angola, deixando para trás as restantes forças partidárias.
Um terceiro ponto refere-se à quase pulverização das outras forças da oposição. Parece haver um voto útil na UNITA que redunda num desaparecimento quase virtual da CASA-CE, PRS e FNLA. É evidente que algum desse desaparecimento pode resultar do facto da sondagem não ter abrangido algumas províncias como as Lundas, bastião do PRS. Contudo, a realidade é que nem um inquirido escolheu outro partido da oposição que não a UNITA.
Há um ponto muito importante a sublinhar. Nesta fase, existe uma maioria assinalável de indecisos ou de pessoas que não dizem onde votam. Esta maioria pode determinar as eleições a partir do momento em que exiba o seu voto e tornar estas primeiras projecções muito diferentes. Isto tanto pode resultar numa subida muito grande do MPLA, ultrapassando os 2/3 dos votos, como um aumento da UNITA. Não temos histórico nem hipóteses para projectar o sentido de voto dos actuais indecisos, esperando que em futuras sondagens seja possível diminuir este número face a um reforço da confiança dos respondentes.
Luanda, 19 de Dezembro de 2021